ABSTRACT
Persistem as controvérsias quanto ao impacto da nutriçäo parenteral sobre o desenvolvimento do câncer, em eventual detrimento do hospedeiro. Nessa linha de preocupaçöes os autores estudaram o desenvolvimento do carcinossarcoma de Walker 256 implantado em ratos Wistar submetidos a modelo de nutriçäo parenteral (NP). Foram utilizados 35 ratos adultos, distribuídos aleatoriamente em três grupos: grupo OT (11), de ratos portadores do tumor e alimentados por via oral por 14 dias; grupo PC (14), de animais controles submetidos a NP por sete dias; grupo PT (10), de animais portadores de tumor e submetidos a NP por sete dias após o implante tumoral. A soluçäo utilizada no esquema de NP continha 15% de glicose e 3% de aminoácidos, além dos micronutrientes essenciais à manutençäo do animal. Diariamente eram determinados o peso corpóreo do animal e o peso do tumor OT e PT), claculando-se o peso da carcaça pela diferença entre os dois valores referidos. os animais do grupo PC sofrem perda de peso corpóreo nos três primeiros dias da NP, estabilizando-se em seguida, ao passo que os ratos do grupo PT perdem peso inicialmente, mas começam a recuperá-lo após o 3§ dia. Essa diferença deve-se ao peso da massa tumoral em expansäo no grupo PT, uma vez que a evoluçäo do peso da carcaça do grupo PT aproxima-se muito da curva do peso corpóreo do grupo PC. O peso do tumor näo difere substancialmente entre os grupos que receberam dieta oral ou nutriçäo parenteral, em particular quando se utiliza a relaçäo peso do tumor/peso da carcaça. Esses resultados sugerem que o uso da nutriçäo parenteral näo beneficia o desenvolvimento tumoral, em detrimento do hospedeiro